segunda-feira, 22 de março de 2010

Bom, forasteiros, minha chegada na cidade grande está sendo muito interessante. Existem coisas que eu não conhecia, assim como existem coisas aqui no brejo que muita gente não conhece.
Em breve trarei novidades e farei um vídeo mostrando como foi minha visita na capital de São Paulo.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Sapo!
Ô, sapo!
Sapinho!
Tome conta da perereca direitinho
Senão vem a cobra bem de mansinho
E come a perereca devagarinho

Aranha!
Ô, aranha!
Aranhazinha!
Não se distraia com a mosquinha
Senão vem a cobra malandrinha
E come você todinha

Véio!
Ô, Véio!
Véio!!!
Ô, Véio!!!
Véio, Véio!!!!
Vééééio!!! Ô, Vééééio!!!
Esse aí não é o rabo do tatu
Não é!!! Não é!!!
Cuidado, senão a cobra te morde o...
Bem, eu avisei!
A cobra mordeu-lhe o pé.



sexta-feira, 21 de agosto de 2009

O sol estava se pondo e eu voltava da cachoeira
Conseguia ver o brejo de longe, enquanto eu descia a ladeira
Encontrei a Véia e o Véio que logo disseram:
- Vamos acender uma fogueira?

Não perco tempo
Nos reunimos em volta da fogueira
Canto qualquer bobeira

Os bichos não perdem tempo
E começam a brincadeira

O brejo ilumina todo
Como se fosse a mais bonita lareira

A tartaruga não se intimida
Mesmo gaguejando
Entra na batida
E sai dançando

O sapo coaxando
A cobra enrolando
E a tartaruga dançando

A coruja observando
O vaga-lume lumiando
E a tartaruga dançando

Acreditem que a fogueira apagou
Todo mundo se mandou
E a tartaruga dançou

Ficou sozinha, a pobrezinha
Gaguejando e dançando
Até de manhãzinha

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Lá estava a perereca tomando banho de sol.
A tartaruga estava por perto, percebeu a cobra se aproximando e tentou avisar sobre o perigo:
Cuid... cuid... cuid... cuid... cuid... cuid... cuid... cuid...
Não deu certo! A cobra deu o bote e engoliu a perereca.

Lá estavam as formiguinhas levando comida para o formigueiro.
A tartaruga estava por perto, percebeu o tamanduá se aproximando e tentou avisar sobre o perigo:
Cuid... cuid... cuid... cuid... cuid... cuid... cuid... cuid...
Não deu certo! O tamanduá colocou a língua pra fora e engoliu as formiguinhas.

Lá estava o tatu fora da toca.
A tartaruga estava por perto, percebeu a Véia se aproximando e tentou avisar sobre o perigo:
Cuid... cuid... cuid... cuid... cuid... cuid... cuid... cuid...
Não deu certo! A Véia botou o saco pra fora e caçou o tatu.

É sempre assim
Agora, quando eu ouço a tartaruga gaguejando, eu já saio correndo!

terça-feira, 17 de março de 2009

Gosto muito do entardecer, é a hora em que eu acendo uma fogueira e começo a cantar.
Aos poucos os bichos vem chegando pra fazer aquela bagunça, a Véia chega com um chazinho bem gostoso pra todo mundo festejar.
A fuinha apronta um monte de confusão
O sapo fica só esperando uma mosca passar por perto
A tartaruga tenta contar as histórias dela também... tenta, mas tenta muito mesmo
A vaca chega de barriga cheia, mas não dispensa o chá
A lagartixa fica com aquele olhar estático vendo o movimento de cada um
Dou muitas risadas com essa bicharada, nos divertimos muito.
É mais engraçado ouvir de longe o Véio reclamando, todos tentam adivinhar o porque. Uns falam que ele derramou todo o chá que ia tomar, outros dizem que ele está com fome, mas com certeza ele está é furioso com a bagunça e com a cantoria.
Não me canso do brejo, gosto de reparar em cada gesto de cada bicho, e quanto mais eu vejo, mais eu aprendo.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Estava eu em minha cadeira de balanço quando ouvi um zum zum zum vindo da floresta.
Num dei muita atenção.
Continuei balançando e pitando meu cachimbo.
Num dei muita atenção.
O zum zum zum num era de abelha.
Num dei muita atenção.
Pareciam risadas.
Num dei muita atenção.
Mas estava me incomodando muito!!!
Num dei muita atenção.
Certamente, senti vontade de rir junto.
Num dei muita atenção.
Tudo bem, chega de suspense! Que que está acontecendo?
Coitada, era a tartaruga, gaguejava que só! E todos os bichos riam.
Voltei pra minha cadeira de balanço.
Num dei muita atenção.



segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

O Véio, cansado de esperar a Véia chegar de mais um longo dia de caça, resolveu improvisar pra caçar um lagarto.
Jogou um ovo no mato e esperou pelo bicho.
Distraído com sua gaita, o Véio não viu o lagarto pegar o ovo e sair correndo.
Foi o Véio outra vez jogar outro ovo no mato.
- Assim que esse teiú chegar pra pegar o ovo, estarei preparado - disse o Véio.
Pois o Véio se distraiu com uma abelha e o lagarto levou o ovo farto.
Resmungando, o Véio jogou outro ovo e ficou de olho.
Mas o balanço da cadeira o fez cochilar e o lagarto levou o jantar.
Foi assim por um bom tempo: o Véio jogava um ovo, se distraía e o lagarto ia enchendo a barriga.
Até que o Véio se deu conta de que havia acabado com os ovos.
Quando a Véia chegou, o Véio perdeu a paciência!
Pois é, Véio, - disse a Véia - hoje não cacei nada! Como não tem mais ovos vamos apenas comer salada.